07 fevereiro, 2007




gostava de morar na tua pele
desintegrar-me em ti e reintegrar-me
não neste exílio no papel
por não poder ser carne em tua carne

gostava de fazer o que tu queres
ser alma em tua alma em um só corpo
não o perto e o distante entre dois seres
não este haver sempre um e sempre outro

um corpo noutro corpo e ao fim nenhum
tu és eu e eu sou tu e ambos ninguém
seremos sempre dois sendo um só

por isso esta ferida que faz bem
este prazer que dói como outro algum
e este estar-se tão dentro e sempre aquém

manuel alegre


1 comentário:

Balancinha disse...

"Por isso esta ferida que faz bem
Este prazer que dói como outro algum
E este estar-se tão dentro e sempre aquém."
Nem tenho palavras. Adoro.

 
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